Goldman Sachs (listado na Bolsa de Valores de Nova York como The Goldman Sachs Group), também conhecido como GS, Goldman ou The Firm ("A Firma"[2]), é um grupo financeiro multinacional fundado em 1869 por Marcus Goldman, um empresário alemão-americano que, mais tarde, viria a se associar a seu genro, Samuel Sachs.[3][4]

Goldman Sachs
Goldman Sachs
Razão social The Goldman Sachs Group, Inc.
Empresa de capital aberto
Cotação
Atividade Serviços financeiros
Fundação 1869 (155 anos)
Fundador(es) Marcus Goldman
Samuel Sachs
Sede Nova Iorque, Nova Iorque,  Estados Unidos
Área(s) servida(s) Mundo
Pessoas-chave
Empregados Aumento 43 900 (2021)[1]
Produtos Gestão de ativos
Banco comercial
Commodities
Banco de investimento
Gestão de investimento
Fundo de investimentos
Corretora principal
Ativos Aumento US$1.5 trilhão (2021)[1]
Lucro Aumento US$21.6 bilhões (2021)[1]
LAJIR Aumento US$27.0 bilhões (2021)[1]
Faturamento Aumento US$59.3 bilhões (2021)[1]
Website oficial www.goldmansachs.com

Com sede mundial na 200 West Street, no Financial District de Manhattan, Nova York, mantém escritórios nos principais centros financeiros do mundo, incluindo Londres, Tóquio e Paris. Oferece serviços de consultoria em fusões e aquisições, finanças empresariais, investimentos de capital e negociações de mercadorias.

Goldman Sachs tornou-se mais conhecido do público por sua emissão de derivativos financeiros durante a chamada crise dos subprimes e a crise da dívida pública da Grécia, que contribuíram para a crise financeira mundial iniciada 2007.

Negócios

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Goldman Sachs é uma das principais instituições financeiras globais. Presta serviços principalmente a clientes institucionais e, como banco de investimento, dá consultoria a governos, a grandes empresas e a algumas das famílias mais ricas do mundo, destacando-se na gestão de valores mobiliários e investimentos. Também oferece serviço de consultoria sobre fusões e aquisições de empresas, subscrição de ações e outros produtos financeiros. É também um revendedor primário de títulos do Tesouro dos Estados Unidos - isto é, compra os títulos da dívida pública diretamente do governo americano, para negociá-los posteriormente no mercado financeiro.

Mantém escritórios nos principais centros financeiros mundiais, como Londres, Boston, Chicago, Miami, Dallas, Los Angeles, San Francisco, Frankfurt, Zurique, Paris, São Paulo, Bangalore, Bombaim, Hong Kong, Pequim, Cidade do México, Singapura, Salt Lake City, Sydney, Dubai, Madrid, Milão, Calgary, Melbourne, Auckland, Seul, Tóquio, Taipé, Moscou, Tel-Aviv, Toronto e Mônaco.

Entre seus antigos empregados estão três Secretários do Tesouro dos Estados Unidos, incluindo Henry Paulson, que serviu durante o mandato de Bill Clinton e de George W. Bush; Fischer Black, autor da fórmula de Black-Scholes, cujo trabalho recebeu o Nobel de economia; Romano Prodi, duas vezes Primeiro-Ministro da Itália e Presidente da Comissão Europeia, e o atual presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi.[5][6] Em 2010 contava com 35.700 colaboradores em mais de 20 países.

Goldman Sachs na crise financeira de 2008

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Goldman Sachs tem sido objeto de muita controvérsia e acusações de fraudes ou práticas inadequadas, especialmente desde o início da crise financeira global dos anos 2000 e 2010.[7] Em 2008, no início da crise, esteve na iminência de ir à bancarrota. Em 21 de setembro do mesmo ano, o grupo recebeu autorização do FED para deixar de ser somente um banco de investimento e converter-se em banco comercial.[8] No dia seguinte, o Goldman Sachs e outro grande banco de investimento, Morgan Stanley, confirmaram que havia chegado ao fim a era dos grandes bancos de investimento de Wall Street.[9]

Em 2008, o Goldman Sachs recebeu US$ 10 bilhões do TARP, programa de compra de ativos e ações de instituições financeiras em dificuldades, instituído pelo governo Bush em 3 de outubro de 2008. No dia 12 de outubro, o Goldman declarou que arrecadaria cinco bilhões mediante a venda de novas ações ordinárias aos investidores. O banco também declarou um lucro líquido trimestral de US$ 1,81 bilhão.[10]

Em 16 de abril de 2010, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) acusou o Goldman Sachs de fraude pelas hipotecas subprime. Segundo a SEC, estariam no centro da fraude Fabrice Tourre,[11] vice-presidente do Goldman, e John Paulson,[12] gestor principal do fundo de cobertura (hedge fund) Paulson&Co.[13][14]

Goldman Sachs e a crise da dívida pública da Grécia

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Goldman Sachs foi considerado como um dos principais atores na ocultação do déficit da dívida pública grega.[15][16][17][18]

Goldman Sachs esteve envolvido na origem da crise da dívida pública da Grécia, pois ajudou a esconder o déficit das contas do governo conservador de Kostas Karamanlis. Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, era vice-presidente do Goldman Sachs para Europa, com funções executivas, durante o período em que se realizou a ocultação do déficit.[19][20] Em junho de 2011, Draghi foi questionado pela Comissão econômica do Parlamento Europeu a respeito de suas atividades no Goldman Sachs e do ocultamento da situação da Grécia.[21]

Goldman Sachs é chamado "a hidra", "A Firma" ou "Governo Sachs"[7] por sua habilidade em infiltrar-se nas mais altas instâncias dos estados. Políticos chave dos Estados Unidos e da Europa trabalharam anteriormente para o banco. É o caso, não apenas do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, mas também de Mario Monti, Peter Sutherland (ex-diretor geral da Organização Mundial do Comércio), Petros Christodoulou (gerente geral da Agência de Administração da Dívida Pública grega, em 2010, e, em junho de 2012, eleito vice-presidente do Banco Nacional da Grécia[22][23][24]), o português Antonio Borges, ex-vice-presidente da Goldman Sachs Internacional (unidade que dirigiu os swaps gregos entre 2000 e 2008), que assumiu a direção do FMI para a Europa, em outubro de 2010; Karel van Miert e Otmar Issing, entre outros. "Colocar Draghi à frente do BCE é como deixar a raposa cuidando do galinheiro", explicou o economista Simon Johnson, professor da MIT Sloan School of Management.[25]

Nos Estados Unidos, o ex-diretor do Goldman Sachs, Robert Rubin, dirigiu o Conselho Econômico Nacional criado por Bill Clinton (1993-1995), antes de se tornar seu Secretário do Tesouro (1995-1999). Sob a presidência de George W. Bush, dois outros ex-proprietários do banco Goldman tiveram papel político importante em diferentes áreas do governo e dentro dos dois principais partidos. Henry Paulson foi, de 2006 a 2009, Secretário do Tesouro (e principal arquiteto do bailout do sistema bancário americano), enquanto Jon Corzine foi eleito senador (democrata) por Nova Jersey em 2000 e governador daquele estado, entre 2006 e 2010. Stephen Friedman, antigo CEO do banco, estava usando três chapéus no momento da crise financeira: era administrador do Goldman Sachs, chefe do President's Intelligence Advisory Board, órgão consultivo do presidente para assuntos de inteligência, e presidente do Federal Reserve de Nova York, órgão que fiscaliza o Goldman Sachs.[7]

Goldman Sachs no Brasil

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A Goldman Sachs veio para o Brasil em 1995 e atualmente atua em assessoria a fusões e aquisições no país. A despeito de sua fraqueza histórica nos demais mercados do Brasil, a companhia está perseguindo um plano de expansão agressivo. Recentemente[quando?] obteve licença para operar com câmbio, juros e commodities na B3, com aproximadamente 30% das posições em aberto,[26] um avanço que se deve ao fato de o banco já operar com esses ativos no mercado de balcão em Nova York.

Quando iniciou as suas operações no Brasil, o banco viu frustradas as suas tentativas de adquirir as companhias brasileiras Garantia (1998) e Pactual (2006), que acabaram sendo compradas pelos bancos suíços Credit Suisse e UBS. Após essas derrotas, o banco adotou uma nova estratégia de crescimento orgânico, promovendo a transferência de muitas pessoas dos seus escritórios nos Estados Unidos para o seu escritório em São Paulo.[27]

O banco praticamente fechou suas operações no Brasil após um dos principais executivos do banco, André Laport Ribeiro, ser acusado pelo Ministério Público de desviar R$28 milhões para a mulher de Ricardo Teixeira,[28] em caso revelado pela Folha de S. Paulo[29] e que envolveu também Sandro Rossell, presidente do Barcelona como apurado pela Veja,[30] André que era um dos principais executivos da mesa do Banco foi demitido sendo substituído pelo economista Paulo Leme, que atuava como chairman do grupo no Brasil, se tornou presidente em Setembro de 2014.[31] Após a fraude André montou com James Oliveira ex-sócio do Banco BTG Pactual a gestora Vinland em São Paulo.

Referências

  1. a b c d e «2021 Annual Report». U.S. Securities and Exchange Commission. 25 de fevereiro de 2022 
  2. Jérôme Fritel e Marc Roche, Goldman Sachs - La banque qui dirige le monde, documentário (1:11). França, 2012.
  3. Jewish Virtual Library. Marcus Goldman and Samuel Sachs (1821-1904, 1851-1935)
  4. «History and Growth». Goldman Sachs Group, Inc. Consultado em 19 de abril de 2011 
  5. «Goldman Sachs, le trait d'union entre Mario Draghi, Mario Monti et Lucas Papadémos»  Le Monde.fr, 14 de novembro de 2011.
  6. «O Chile que se cuide: o Goldman Sachs vem aí!»  Por Paul Walder. Punto Final / Carta Maior, 4 de abril de 2013]
  7. a b c «Os presidentes norte-americanos passam, o Goldman Sachs continua». Consultado em 8 de abril de 2013. Arquivado do original em 23 de maio de 2013  (em português). Por Ibrahim Warde. Le Monde diplomatique, 8 de Novembro de 2011.
  8. «Goldman Sachs to be regulated by Fed». Bloomberg 
  9. «Wall Street in crisis: Last banks standing give up investment bank status»  The Guardian, 22 de setembro de 2008.
  10. Susanne Craig, Kate Kelly e Deborah Solomon (14 de abril de 2009). «Goldman Sachs sale a recaudar fondos para romper sus ataduras con el gobierno». The Wall Street Journal 
  11. «Fraud lawsuit survives over Goldman's Abacus CDO»  Por Grant McCool. Reuters, 24 de abril de 2012.
  12. El tahúr de la miseria, Sandro Pozzi, El País, 18/4/2010
  13. Las autoridades de EE UU acusan a Goldman Sachs de fraude, Sandro Pozzi, El País, 16/4/2010
  14. EE UU acusa a Goldman de fraude por las 'subprime', Sandro Pozzi, El País, 17/4/2010
  15. Goldman Sachs colocó deuda griega sin toda la información, Bloomberg, El País, 18/12/2010
  16. Goldman Sachs: el fin de la impunidad para el vampiro de los mil tentáculos, Randall Wray, em Sin Permiso, 25/4/2010
  17. Pues sí, aún puede ser peor: los múltiples timos de Goldman Sachs, Dean Baker, em Sin Permiso, 25/4/2010
  18. Del Tratado de Detroit a Goldman Sachs, Alejandro Nadal, em Sin Permiso, 25/4/2010
  19. [1], Público, 01/11/2011
  20. «"Draghi tiene que aclarar que hizo en Goldman»  Público, 01/11/2011
  21. Señor Draghi, ¿ha infringido usted alguna ley?
  22. «Big Greek Banks Post Steep 2012 Losses». Consultado em 7 de abril de 2013. Arquivado do original em 20 de abril de 2013  'Fox business, 27 de março 27 de 2013.
  23. «Head Of Greek Debt Office Replaced By Former Goldman Investment Banker»  Por Tyler Durden, 19 de fevereiro de 2010
  24. «Curriculum Vitae: Petros Christodoulou, Deputy CEO (Executive Member), Member of the Executive Committee». Consultado em 7 de abril de 2013. Arquivado do original em 7 de outubro de 2013  no site do Banco Nacional da Grécia (NBG).
  25. «Exejecutivos de Goldman Sachs copan instituciones clave en la crisis. El nuevo presidente del BCE, Mario Draghi, fue alto directivo del banco estadounidense, como otros dirigentes»  Por Pere Rusiñol. Público.es, 01 de novembro de 2011.
  26. "Posição em aberto" é o saldo atual em aplicações nos mercados futuros e de opções). No jargão financeiro, quando se detém um ativo financeiro que varia no mercado, diz-se que se tem uma "posição", que é o saldo, numa determinada data, resultante dos negócios efetuados por um cliente e intermediados pela mesma corretora de mercadorias, com o mesmo contrato e registrado pelo mesmo agente de compensação. Ver Glossário Financeiro. No mercado futuro, o vendedor, assim como o comprador, pode sair do contrato, liquidando-o financeiramente a qualquer momento, isto é, pode vender sua posição antes do vencimento, negociando seu contrato e transferindo-o para outra pessoa. (Ver SCHOUCHANA, F. Mercados Futuros e de Opções Agropecuárias: Teoria e Prática. São Paulo, 2ª ed. 1995:08).
  27. «Goldman Sachs tem novo presidente: Valentino Carlotti será responsável pelo banco no Brasil». Consultado em 6 de fevereiro de 2012 . Exame 7 de abril de 2007.
  28. «Jornal: presidente do Barça repassou R$ 2,8 mi à mulher de Teixeira». Terra. 29 de agosto de 2013. Consultado em 19 de abril de 2024 
  29. «Presidente do Barça repassou R$ 2,8 mi à mulher de Teixeira». Folha de S.Paulo. 29 de agosto de 2013. Consultado em 19 de abril de 2024 
  30. «Em parceria | Radar». VEJA. 31 de julho de 2020. Consultado em 19 de abril de 2024 
  31. Moreira, Talita. «Paulo Leme será presidente do Goldman Sachs no Brasil». Exame. Consultado em 18 de setembro de 2014