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Alegrete (Rio Grande do Sul)

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Alegrete
  Município do Brasil  
Chafariz do lago artificial do Parque dos Patinhos
Chafariz do lago artificial do Parque dos Patinhos
Chafariz do lago artificial do Parque dos Patinhos
Símbolos
Bandeira de Alegrete
Bandeira
Brasão de armas de Alegrete
Brasão de armas
Hino
Gentílico alegretense
Localização
Localização de Alegrete no Rio Grande do Sul
Localização de Alegrete no Rio Grande do Sul
Localização de Alegrete no Rio Grande do Sul
Alegrete está localizado em: Brasil
Alegrete
Localização de Alegrete no Brasil
Mapa
Mapa de Alegrete
Coordenadas 29° 47′ 02″ S, 55° 47′ 28″ O
País Brasil
Unidade federativa Rio Grande do Sul
Municípios limítrofes Itaqui, Manoel Viana, São Francisco de Assis, São Vicente do Sul, Cacequi, Rosário do Sul, Quaraí e Uruguaiana
Distância até a capital 509 km
História
Fundação 25 de outubro de 1831 (193 anos)
Administração
Prefeito(a) Márcio Amaral (MDB, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [1] 7 800,428 km²
População total (2021) [2] 72 493 hab.
 • Posição RS: 30º BR: 461º
Densidade 9,3 hab./km²
Clima subtropical
Altitude 102 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (2010) [3] 0,740 alto
 • Posição RS: 151º BR: 764º
Gini (2010) 0.52
PIB (2020) [4] R$ 2 237 243,54 mil
 • Posição RS: 39º BR: 470º
PIB per capita (2020) R$ 30 635,42
Sítio http://www.alegrete.rs.gov.br (Prefeitura)
http://www.camaraalegrete.rs.gov.br (Câmara)

Alegrete é um município brasileiro localizado na Regiao Sudoeste do estado do Rio Grande do Sul, nos campos do Bioma Pampa e do Aquífero Guarani. A distância rodoviária até Porto Alegre, capital administrativa estadual, é de 509 quilômetros.[5]

Possui uma população de 72 493 habitantes, de acordo com estimativas de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior município do Rio Grande do Sul, da Região Sul e o 186º do Brasil, com mais de 7 800 quilômetros quadrados.[6]

As origens do município do Alegrete datam do início do século XIX, na Conquista das Missões em 1801, quando os riograndenses Borges do Canto e Santos Pedroso conquistaram para a coroa portuguesa o território das Missões Jesuíticas, ao norte do Rio Ibicuí.

Para manter a conquista, a Coroa Portuguesa lança ao sul do mesmo rio a Guarda Portuguesa do Rio Inhanduí, em torno da qual forma-se um povoado. Ali foi erguida uma capela sob o orago de Nossa Senhora Aparecida, em 1814.[7]

As contínuas lutas de fronteira, agora entre o Reino de Portugal e os dissidentes ao recém constituído governo das Províncias Unidas do Rio da Prata, provocou o ataque dos uruguaios de D. José Artigas e a queima da povoação e da capela, conhecida hoje como "Capela Queimada", em 16 de junho de 1816.

Isso causou a transferência dos seus povoadores para a margem esquerda do Rio Ibirapuitã, que ali foram chegando até 22 de dezembro de 1816. Eles abrigaram-se junto ao acampamento militar do Quartel General do Capitão-General e Governador Luis Telles da Silva Caminha e Menezes, o Marquês de Alegrete, ao lado do general Joaquim Xavier Curado, do tenente-coronel José de Abreu, futuro Barão de Cerro Largo, e do general Tomás da Costa Rabelo Corrêa e Silva. Em 26 de dezembro de 1816 foi realizado o primeiro batismo católico romano no local do acampamento, da menina Zeferina, pelo capelão da Legião do Exército, o Padre José de Freitas.

Em 27 de janeiro de 1817, o Comandante do Distrito de Entre Rios, Tenente Coronel José de Abreu manda iniciar a construção das moradias para os fugitivos do Inhanduí. Quando José de Abreu recebeu as ordens do Marquês para erguimento da povoação, ele já havia determinado o local e iniciado o povoamento, com a construção das primeiras habitações, ali, na retaguarda das tropas, nos fundos do acampamento do Ibirapuitã.

Antônio José Vargas, senhor da sesmaria, foi o doador das terras onde está a cidade. Mas D. Luís Teles da Silva Caminha e Meneses - quinto Marquês de Alegrete - na qualidade de Governador e comandante militar, foi o fundador legal de Alegrete, que dele tomou o nome, porque, por sua autoridade, foi estabelecida e legalmente reconhecida, já que era o representante de D. João VI, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Em 1820, é elevada à Capela Curada, com poderes eclesiásticos nos territórios que abrangem os atuais municípios de Uruguaiana, Quaraí, Livramento, Rosário do Sul e o atual Departamento de Artigas, na República Oriental do Uruguai, até o rio Arapey, vinculada a São Borja e por sua vez a Rio Pardo.[8]

Seus distritos administrativos são:

  • 1º Distrito Alegrete 108 km²
  • 2º Sub-distrito Itapororó 948 km²
  • 3º Sub-distrito Durasnal 796 km²
  • 4º Sub-distrito Vasco Alves 826 km²
  • 5º Sub-distrito Inhanduí 1.541 km²
  • 6º Sub-distrito Catimbau 733 km²
  • 7º Sub-distrito Guaçu Boi 958 km²
  • 8º Sub-distrito São Miguel 1.010 km²
  • 2º Distrito Passo Novo 1.016 km²

O clima da região é subtropical, temperado quente, com chuvas bem distribuídas e estações bem definidas (Cfa na classificação de Köppen). A média de precipitação pluviométrica é de aproximadamente 1500 mm anuais. A menor média de precipitação acontece em agosto e a maior em outubro.[9]

A temperatura média anual é de 19,1 °C. A temperatura mínima observada entre 1961 e 1990 pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) foi de -4,1 °C em 17 de junho de 1971[10] e a máxima de 40,8 °C em 20 de janeiro de 2022.[11] Porém a máxima absoluta foi de 42,6 °C em 19 de de Janeiro de 1917.[carece de fontes?] A formação de geadas ocorrem eventualmente entre maio e setembro. A umidade relativa média do ar é de aproximadamente 75%.[12]

Dados climatológicos para Alegrete (1961-1990)
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 40,8 39,3 38,7 35,1 33,8 30,6 31,3 34,2 34,3 36,2 38,4 39,8 40,8
Temperatura máxima média (°C) 31,3 30,8 28,7 25,4 22,2 19,7 19,7 20,8 22,6 25,1 28 30,6 25,4
Temperatura média (°C) 24,7 24,4 22,3 18,7 15,8 13,7 13,7 14,6 16,5 18,9 21,5 24 19,1
Temperatura mínima média (°C) 19,1 19 17,3 13,7 11 9 9,1 10 11,6 13,5 15,5 17,9 13,9
Temperatura mínima recorde (°C) 9,2 9,2 6,2 2,5 0,2 −4,1 −3,8 −2,5 0,2 2,1 4,6 7 −4,1
Precipitação (mm) 135 137,9 160,4 125,5 130,9 93,9 115,2 90,8 130,2 158,4 87,9 126,1 1 492,2
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 9 6 7 6 6 6 9 8 8 8 6 7 86
Umidade relativa (%) 68,6 71,8 75,3 77,1 79,6 80,6 79,7 75,8 73,7 71 67,2 65,1 73,8
Insolação (h) 273,4 247,1 232,8 207,5 196,3 155,1 164,7 185,2 186,6 239,9 276,1 296,4 2 661,1
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)[9][10][11][12][13][14][15][16][17]

Para o ensino de 1° e 2° graus a cidade conta com 32 escolas municipais, 47 escolas estaduais, uma federal, e seis privadas. A maior é o Instituto Estadual de Educação de 1° e 2° Graus Oswaldo Aranha (IEEOA), a segunda é o Colégio Estadual de 1º e 2º Graus Emilio Zuñeda e a terceira é Escola Estadual de Ensino Médio Demétrio Ribeiro.

Na rede de ensino, em 2003, havia um total de 23.395 alunos, sendo 2.000 no infantil, 13.913 no fundamental, 4.070 no médio, 213 na educação especial e 3.199 na educação de jovens e adultos (EJA).

O corpo docente (também em 2003) era composto de 1.149 professores, sendo de 877 no ensino fundamental e 262 no ensino médio.

A taxa de analfabetos (2003) era de 7,7 %, num total de 4.721 habitantes.

Há 8 museus: Museu do Gaúcho Ícaro Ferreira da Costa junto ao Arquivo Municipal "Miguel Jacques Trindade"; museu de Artes José Pinto Bicca de Medeiros(MAARA), museu Oswaldo Aranha, CEPAL - Centro de Pesquisa e Documentação de Alegrete junto ao Museu Paleontológico, Museu da Fazenda da Cascata na região da Lagoa do Parové, Museu Cel. Vasco Alves Pereira na região da Rivadávia, museu do 12º Batalhão de Engenharia de Combate e museu do 6º RCB.

Tem várias bibliotecas, sendo as maiores a do IEEOA (Instituto Estadual de Educação de 1° e 2° Graus "Oswaldo Aranha"), a do Centro Cultural "Adão Ortiz Houayek" , da URCAMP e do CEPAL.

Há várias extensões ou "campi" de várias universidades gaúchas: UERGS (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul), URCAMP (Universidade da Região da Campanha), UNIPAMPA (Universidade Federal do Pampa), e IFFar (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha) que agregou a antiga EAFA (Escola Agrotécnica Federal de Alegrete). Além, possui a UNOPAR (Universidade Norte do Paraná), UNINTER (Universidade Internacional) e UNIASSELVI como representantes de polos educacionais à distância na fronteira oeste.[18]

Gaúchos cuidando de equinos no interior de Alegrete

Sua economia é baseada principalmente na agricultura (arroz - 45.000 ha; soja - 16.000 ha; milho - 11.000 ha; sorgo - 3.000 ha e trigo - 1.500 ha) e na pecuária bovina (536.536 cabeças - o maior rebanho do Estado); ovina (423.446 cabeças); equina (± 20.000 cabeças); suína (± 9.000 cabeças) e bubalina (± 2.000 cabeças). A produção de é de cerca de 900 toneladas anuais e de leite é de 15.269 litros.

Há também cerca de 90.000 galináceos (sendo ± 40.000 galinhas) com uma produção anual de ± 450.000 dúzias de ovos.[19]

A apicultura produz anualmente cerca de oitenta mil litros de mel.

  • Energia elétrica:
    • Consumidores: 23.248
    • Consumo: 16 MW
    • Pontos de iluminação pública: 95% da Cidade
  • Água e esgoto:
    • Total de economias: 29.994
    • Total de ligações de água: 24.841

Os bens produzidos na cidade são transportados principalmente por caminhões, uma vez que os trens praticamente não circulam mais na cidade

Comunicação

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Revista EmFoco

  • Gazeta de Alegrete - o mais antigo do Estado do Rio Grande do Sul, fundado em 1882
  • Diário de Alegrete
  • Jornal Em Questão
  • Jornal Expresso Minuano

Emissoras de Rádio

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  • Rádio Sentinela - FM 104,9 MHz (Comunitária)
  • Rádio Minuano FM - FM 97,5 MHz
  • Rádio Nativa FM - FM 105,9 MHz
  • Rádio Alegrete - AM 590 kHz
  • Rádio Gazeta - AM 1370 kHz
  • Rádio Universitária - Web Rádio
  • Repórter Diário Alegrete Tudo
  • Pop Tv

No Carnaval de Alegrete há atualmente o desfile cinco escolas de samba.

  • Unidos dos Canudos
  • Mocidade Independente da Cidade Alta (MICA)
  • Acadêmicos do Por do Sol
  • Nós os Ritmistas
  • Imperatriz da Praça Nova
  • Império do Bráz
  • União da Ponte

Usina Termoelétrica Osvaldo Aranha

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Inaugurada em 17 de setembro de 1968 pelo presidente Artur da Costa e Silva, noticiada com grande notoriedade pelo Jornal Tribuna da Imprensa que relatou a época da vital importância da fundação dessa usina que resolveria o problema energético de 14 cidades do interior gaúcho. Atualmente a Usina está desativada.

  • 1925 - Osvaldo Aranha (PRR)
  • 1956 - Waldemar Borges (PTB)
  • 1968 - Arnaldo da Costa Paz (MDB)
  • 1973 - Adão Ortiz Houayek (MDB)
  • 1977 - José Rubens Pillar (ARENA)
  • 1982 - Ernani Mota Antunes (PDS)
  • 1983 - Adão Conceição Dornelles Faraco (PMDB)
  • 1987 - Nilo Soares Gonçalves (PMDB)
  • 1989 - José Rubens Pillar (PDS)
  • 1993 - Nilo Soares Gonçalves (PMDB) com 22.621 votos
  • 1997 - José Carlos de Moura Jardim Filho (PPB) com 17.907 votos
  • 2001 - José Rubens Pillar (PPB) eleito com 16.255 votos
  • 2005 - José Rubens Pillar (PP) eleito com 16.574 votos - Falecido em 18 de agosto de 2008.
  • 2008 - João Nicanor Prestes Sobrosa (PP)
  • 2009 - Erasmo Guterres Silva (PMDB) com 16.176 votos
  • 2013 - Erasmo Guterres Silva (PMDB) com 23.075 votos
  • 2017 - Cleni Paz da Silva (PP) com 22.073 votos - Falecida em 23 de dezembro de 2018.
  • 2018 - Márcio Fonseca do Amaral (MDB)
  • 2020 - Márcio Fonseca do Amaral (MDB) com 16.038 votos

Alegretenses ilustres

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Referências

  1. «Cidades e Estados». IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  2. «ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NO BRASIL E UNIDADES DA FEDERAÇÃO COM DATA DE REFERÊNCIA EM 1º DE JULHO DE 2021» (PDF). IBGE. 2021. Consultado em 12 de maio de 2023 
  3. «Ranking». IBGE. 2010. Consultado em 12 de maio de 2023 
  4. «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 a 2020». IBGE. 2020. Consultado em 12 de maio de 2023 
  5. «Porto Alegre to Alegrete». Porto Alegre to Alegrete. Consultado em 27 de dezembro de 2020 
  6. «Prefeitura de Alegrete - RS». www.alegrete.rs.gov.br. Consultado em 28 de dezembro de 2020 
  7. «História do Alegrete | Casa do Alegrete». Consultado em 28 de dezembro de 2020 
  8. ARAÚJO FILHO, Luiz. O Município de Alegrete. Alegrete: O Coqueiro, 1908.p.17.
  9. a b «Precipitação Acumulada Mensal e Anual (mm)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 5 de maio de 2014 
  10. a b «Temperatura Máxima Absoluta (°C)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 8 de maio de 2014 
  11. a b «Temperatura Mínima Absoluta (°C)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 8 de maio de 2014 
  12. a b «Umidade Relativa do Ar Média Compensada (%)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 5 de maio de 2014 
  13. «Temperatura Média Compensada (°C)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 5 de maio de 2014 
  14. «Temperatura Máxima (°C)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 5 de maio de 2014 
  15. «Temperatura Mínima (°C)». Instituto Nacional de Meteorologia. 1961–1990. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 5 de maio de 2014 
  16. «Número de Dias com Precipitação Maior ou Igual a 1 mm (dias)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 5 de maio de 2014 
  17. «Insolação Total (horas)». Instituto Nacional de Meteorologia. Consultado em 8 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 5 de maio de 2014 
  18. «Alegrete, cidade histórica do Rio Grande do Sul». Rodosoft. 29 de março de 2019. Consultado em 28 de dezembro de 2020 
  19. «FEE». FEE. Consultado em 28 de dezembro de 2020 

Ligações externas

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