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Robert Hichens

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Robert Hichens
Nome completo Robert Hichens
Nascimento 16 de setembro de 1882
Newlyn, Cornualha
Morte 23 de setembro de 1940 (58 anos)
a bordo do SS English Trader,
na costa de Aberdeen
Ocupação Marinheiro

Robert Hichens (16 de setembro de 1882 – 23 de setembro de 1940) foi um marinheiro britânico que era parte da equipe de convés a bordo do RMS Titanic durante o naufrágio do navio em sua viagem inaugural em 15 de abril de 1912. Ele era um dos seis quarteis-mestres a bordo da embarcação e estava no leme quando o Titanic atingiu o iceberg.[1]

Hichens ganhou notoriedade após o desastre porque ele conduzia o Bote 6, no qual estava no comando. Passageiros o acusaram de se recusar a voltar para o local do naufrágio para resgatar as pessoas da água após o navio ter afundado, de que ele teria chamado as pessoas na água de "rígidos"[2] e que ele constantemente criticava aqueles nos remos enquanto ele operava o leme. Hichens foi posteriormente testemunhar no inquérito americano sobre o desastre e afirmou nunca ter usado a palavra "rígidos" e que ele tinha outras palavras para descrever os corpos. Ele também declararia ter recebido ordens diretas do Segundo Oficial Charles Lightoller e do Capitão Edward Smith para remar para onde uma luz pudesse ser vista (um vapor eles pensaram), descarregar os passageiros e retornar. Mais tarde foi alegado que ele queixou-se de que o bote salva-vidas iria ficar a deriva por dias antes que qualquer resgate viesse.

Quando o RMS Carpathia chegou para resgatar os sobreviventes do Titanic ele teria dito que o navio não estava lá para os resgatar mas para pegar os corpos dos mortos. Neste momento, as outras pessoas no bote salva-vidas perderam a paciência com Hichens. Apesar dos protestos de Hichens, a milionária de Denver, Margaret "Molly" Brown[3] pediu aos outros passageiros para remarem para se manterem aquecidos. Após uma última tentativa de Hichens em manter o controle do bote, Brown ameaçou jogá-lo no mar. Estes eventos foram posteriormente retratados no peça musical da Broadway e filme The Unsinkable Molly Brown. Durante o inquérito americano sobre o desastre, Hichens negou os relatos dos passageiros e tripulação no bote salva-vidas número 6. Ele estava inicialmente preocupado com a sucção do Titanic e mais tarde pelo fato de estar a uma milha de distância do naufrágio, sem compasso e na completa escuridão, eles não tinham como retornar ao navio atingido.

Em 23 de setembro de 1940 Hichens morreu aos 58 anos de idade de ataque cardíaco a bordo do navio 'SS English Trader", enquanto estava ancorado na costa de Aberdeen, Escócia.[4] Seu corpo foi enterrado na Seção 10, Cova 244 do Trinity Cemetery em Aberdeen.

Representações na ficção

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A conduta de Hichens foi apresentada no sucesso de 1997, Titanic, que foi representado por Paul Brightwell. Ele foi representado como um homem alto e magro com um sotaque cockney, quando na verdade ele tinha 1,70 m., tinha uma compleição robusta e falava com sotaque da Cornualha. Ele é também retratado dizendo "shut that hole in your face" ('cale este buraco em seu rosto') para Molly Brown, mas de fato estas palavras foram ditas pelo tripulante no bote salva-vidas 8[5].

A conduta de Hichens também relatada na mini série de 1996 Titanic, representado por Martin Evans. Hichens é mostrado dizendo aos sobreviventes em seu bote salva-vidas que "calem o bico" quando ficam entusiasmados com o aparecimento de um brilho de um navio no horizonte. Ele protesta fortemente quando Molly Brown começa a encorajar as outras mulheres a se dirigirem para a luz, e ela ameaça lançar Hichens ao mar. Esta descrição é mais precisa do que no blockbuster de 1997.

A atitude negativa de Hichens foi retratado no romance de 1998 de Diane Hoh Titanic: The Long Night, que reconta sua conduta bem como a de Molly Brown, do ponto de vista de Elizabeth Farr, uma passageira ficcional do bote salva-vidas. Molly Brown exorta os passageiros do bote salva-vidas a começar a remar para se aquecer e Hichens protesta, declarando que ele estava comandando o bote salva-vidas; ele faz um movimento para detê-la. "Vou te jogar no mar se você interferir ", ela lhe diz neste mesmo relato.

Em setembro de 2010, o nome de Hichens foi trazido de volta ao centro das atenções por Louise Patten, neta do mais alto oficial para ter sobrevivido ao desastre Titanic, o segundo oficial Charles Lightoller. Nas entrevistas à imprensa decorrentes da publicação de seu último romance, Good as Gold (na qual ela trabalhou a história da catástrofe), Patten relata que um erro "direto" de direção por Hichens, provocado pelo seu não entendimento do comando do leme, causou a colisão do Titanic com um iceberg em 1912.[6][7] A alegação de Patten que Hichens causou o desastre virando o leme do navio na direção errada não é apoiada pelos depoimentos nos inquéritos britânicos e norte-americanos, que estabeleceram que o segundo oficial de guarda, Sexto Oficial James Moody, estava atrás de Hichens, supervisionando suas ações, e ele confirmou ao Primeiro Oficial William Murdoch que a ordem tinha sido executada corretamente.[8][9][10]

A reivindicação também foi contestada pela bisneta de Hichens no Channel 4 News. Sally Nilsson explicou que Hichens era um quartel-mestre bem treinado com anos de experiência na direção de grandes embarcações. Ele tinha sido responsável em sua visão por conduzir o Titanic por quatro dias antes da colisão e não teria feito um erro tão flagrante. Quanto às ordens de direção, em 1912 eram as seguintes: havia apenas uma maneira de dar ordens de direção. A ordem sempre era dada com referência ao leme. Para ir a bombordo o Oficial ordenava estibordo. Se o leme ia para bombordo o navio virava para estibordo. Esta era uma sobra dos velhos tempos quando os navios eram conduzidos com lemes e remos. A mudança nas ordens da direção não ocorreram até os anos 1930. A biografia de Sally Nilsson sobre a vida de Robert Hichens foi publicada em 2011.[11]

Hichens também aparece na peça Iceberg – Right Ahead! de Chris Burgess que estreou em 22 de março de 2012 no Upstairs at the Gatehouse. Nesta produção ele foi interpretado por Liam Mulvey.

Ligações externas

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Referências

  1. Robert Hichens (em inglês) na Encyclopedia Titanica
  2. Butler 1998, p. 147-8.
  3. Butler 1998, p. 148.
  4. Spignesi, Stephen J (2011). «Surviving the Sinking of the Titanic». The Titanic for Dummies. Hoboken, NJ: Wiley. p. 113. ISBN 978-1-118-17766-2. Ele morreu de insuficiência cardíaca possivelmente resultado de câncer de estômago ou uma úlcera gástrica em 1940 a bordo do navio SS English Trader na costa de Aberdeen, na Escócia, aos 58 anos. Pensou-se que ele tinha sido enterrado no mar até sua sepultura ser descoberta em Aberdeen, Escócia em 2012. http://www.bbc.co.uk/news/uk-england-17551053. 
  5. Bartlett 2011, p. 229.
  6. Mike Collett-White (repórter), Paul Casciato (editor) (22 de setembro de 2010). «Titanic sunk by steering mistake, author says». Daily Telegraph. Reuters. Consultado em 25 de setembro de 2010 
  7. «Family's Titanic secret revealed». BBC News Northern Ireland. 22 de setembro de 2010. Consultado em 25 de setembro de 2010 
  8. Maltin, Tim; Aston, Eloise (2010). 101 Things You Thought You Knew About the Titanic...But Didn't London: Beautiful Books. ISBN 1-905636-68-7, página 89
  9. «Testimony of Robert Hichens (Quartermaster, SS Titanic. British Wreck Commissioner's Inquiry. Consultado em 29 de maio de 2011 
  10. United States Senate Enquiry: Testimony of Alfred Olliver
  11. Nillsson, Sally (2011). The Man Who Sank Titanic: The Troubled Life of Quartermaster Robert Hichens. Stroud, England: The History Press. ISBN 978-0-7524-6071-0 
  • Bartlett, W.B. (2011). Titanic: 9 Hours to Hell, the Survivors' Story. Stroud, Gloucestershire: Amberley Publishing. ISBN 978-1-4456-0482-4 
  • Butler, Daniel Allen (1998). Unsinkable: The Full Story of RMS Titanic. Mechanicsburg, PA: Stackpole Books. ISBN 978-0-8117-1814-1